Depois de passarem anos a subir a alta velocidade, as rendas das casas começaram a abrandar na reta final de 2023, espelhando um maior equilíbrio entre a procura e oferta de habitação disponível neste mercado.
O mercado de arrendamento continua dinâmico no mundo, dada a flexibilidade contratual que apresenta e ao agravamento dos custos de comprar casa, por via dos preços e dos juros.
Ao fim de quase oito anos em funções como primeiro-ministro e, precisamente, um mês depois de o polémico pacote Mais Habitação entrar em vigor, António Costa apresentou, de forma inesperada e devido a uma investigação judicial, a sua demissão ao Presidente da República, que a aceitou de imediato, mas só a vai formalizar depois da aprovação do Orçamento de Estado para 2024 (OE2024). A decisão foi comunicada ao país por Marcelo Rebelo de Sousa esta quinta-feira, quando também anunciou que vai, depois disso, dissolver o Parlamento e convocar eleições antecipadas para o dia 10 de março. Isto significa que a proposta do OE2024 do Governo ainda em funções, com votação final agendada para 29 de novembro, tem aprovação garantida pela maioria socialista e vai viabilizar, nomeadamente, algumas das medidas de apoio do Mais Habitação - o polémico programa que o Executivo de Costa desenhou para dar resposta à crise na habitação, mas que foi contestado tanto pela opinião pública, partidos da oposição e pelo setor imobiliário, e cujos resultados estão ainda por ver.
Na hora de escolher uma nova casa para viver, a localização continua a ser um fator chave (a par do preço). E toda a envolvente da zona conta, desde os parques verdes aos transportes, passando pelos serviços e infraestruturas culturais, de mobilidade e de lazer.
Encontrar uma casa para arrendar em Portugal continua a não ser tarefa fácil em 2023. Há pouca oferta de habitação para a procura existente. E as rendas das casas colocadas no mercado estão cada vez mais altas, tornando-se menos acessíveis aos bolsos dos portugueses, que já têm vindo a ser pressionados pela inflação. O índice de preços do idealista revela que as casas para arrendar no nosso país ficaram 1,6% mais caras em janeiro de 2023 face ao mês anterior. Isto quer dizer que arrendar casa tinha um custo mediano de 13,1 euros/m2 no final de janeiro deste ano.
O furacão da inflação chegou em 2022, mexendo - e muito - com a dinâmica do mercado imobiliário. Os dados do idealista mostram que as casas para comprar ficaram 6,4% mais caras em dezembro de 2022 face ao mesmo mês do ano anterior, dado o aumento dos custos da construção, mas sobretudo pela falta de oferta para a alta procura. Este salto foi inferior à subida da inflação registada nesse mês (9,6%). Mas os dados também revelam que 14 capitais de distrito viram os preços das casas à venda a subir mais do que a inflação. O mesmo se verificou em 20 das 24 cidades com mais de 100 mil habitantes.
O mercado de arrendamento em Portugal ganhou força em 2022, tendo sido dinamizado pelos novos modos de vida mais flexíveis. Mas não só. Também continuou a ser uma opção para muitas famílias que viram subir os custos do crédito habitação para comprar casa. Estes fatores alimentaram a procura de casas para arrendar no nosso país. Mas a oferta não acompanhou esta evolução. Em resultado, as rendas das casas deram o salto de 20,2% entre dezembro de 2022 e o período homólogo, sendo que no final do ano arrendar casa tinha um custo mediano de 12,9 euros/m2, aponta o índice de preços do idealista.
O preço dos imóveis continua a aumentar lentamente. As oportunidades de investimento estão mais reduzidas. Descubra as melhores opções no Porto.
Este ano, as casas acumulam uma subida de 4,5%, enquanto na Zona Euro os preços corrigiram 0,8%. No espaço da moeda única, só a Croácia e a Letónia registaram maiores subidas dos preços que Portugal.
Entre 2017 e 2022, o parque habitacional nos 308 concelhos do país cresceu apenas 0,29% por ano. Não há muito tempo, construía-se em Portugal num ano mais casas do que foi construído nos últimos seis.
Arrendar uma casa custa, em média, mais de cinco euros o metro quadrado, mas há freguesias, principalmente em Lisboa e no Porto, onde os valores são bem mais elevados.
Estudo da Fundação Francisco Manuel dos Santos aponta caminhos para combater a crise da habitação nas grandes cidades. Para comprar uma casa nas freguesias mais baratas de Lisboa ou Porto, é preciso ter poupanças entre 20 e 30 mil euros e pertencer à classe dos 20% mais ricos. Portugal é o segundo país da OCDE com mais jovens adultos a viverem com os pais.
Comprar casa passou a custar em média 439.666 euros e arrendar 1.105 euros