Amazônia desmatada concentra 9 em cada 10 mortes de ativistas por conflito no campo
2017-07-26 / BBC News Brasil
Mapeamento da BBC Brasil com base em dados da ONG Global Witness mostra que 87% das vítimas, em sua maioria sem-terra e trabalhadores rurais, morrem na Amazônia Legal.
Berta Zuñiga Cáceres, de 27 anos, herdou o nome e a batalha da mãe, ativista morta enquanto tentava impedir construção de represa em rio de Honduras.
Número de homicídios subiu 86% entre 2015 e 2016, o maior aumento entre todas as capitais do país, segundo dados recém-divulgados pelo Ministério da Saúde; guerra entre facções explica avanço dos crimes.
Jornal britânico destaca força da “bancada do boi, bala e bíblia” no Congresso, cenário eleitoral incerto e crescimento do desmatamento para apontar atual vulnerabilidade da floresta.
Segundo ONGs, duas dezenas de portos privados irão se instalar na área na próxima década; relatórios apontam que obras já alteram paisagem da região, na Amazônia, e pressionam comunidades tradicionais a deixarem suas áreas.
Ex-secretário de Minas do governo Itamar diz que Reserva Nacional de Cobre e Associados foi criada em 1984 para contornar disputa empresarial e barrar expansão estrangeira na área.
Governo diz que medida vai revitalizar mineração brasileira e cumprirá regras de preservação, mas especialistas apontam impactos preocupantes; espaço, do tamanho da Dinamarca, havia sido protegido na década de 1980.
Apenas 6 de cada 100 assassinatos no campo são julgados, mas a morte de dois sem-terra em Rondônia, em 2016, foge à regra e leva cinco acusados a júri popular em agosto.
Velório Fusquinha. | Foto: CPT